O Museu de Arte de Blumenau (MAB) presta homenagem a Elke Hering com uma exposição de peças do acervo da artista. Ícone da arte catarinense, Elke faleceu no dia 19 de fevereiro de 1994. Decorridos 20 anos, suas obras e memórias continuam vivas, atuais e pulsantes. A exposição pode ser visitada até 28 de fevereiro, na Sala Elke Hering do MAB (Rua XV de Novembro, 161, Centro). O local estará aberto de terça-feira a domingo, das 10h às 16h e a entrada é gratuita.
As homenagens continuam com a realização da 11ª Edição do Salão Elke Hering Mostra Nacional Contemporânea de Artes Visuais, que será aberta em maio. "O artista é uma espécie de ‘sismógrafo’ dos movimentos psíquicos e espirituais de sua época. Desta forma, ele não é o que ‘decora’ as paredes e os espaços, mas fala de toda uma problemática do ser humano, o que serve para abrir nossa consciência humana e avaliá-la", dizia Elke Hering.
Geração dos anos 1950
Os questionamentos existenciais comuns no dia-a-dia da geração dos anos 1950 foram, sem dúvida, um dos fatores determinantes para que Elke Hering, aos 17 anos, resolvesse trilhar um caminho mais difícil do que era esperado dela. Filha de uma família tradicional de Blumenau, com situação financeira estável, Elke resolveu "mergulhar mais fundo e procurar felicidade", como afirmava ela. Dedicou-se desde então, num afã incansável, à tarefa de alto conhecimento através da arte.
Elke Hering Bell nasceu em Blumenau, dia 10 de agosto de 1940 e aos 17 anos iniciou sua carreira. No princípio, a família não apoiou inteiramente sua investida no mundo artístico, onde ingressou como aluna e auxiliar do vitrinista Lorenz Heilmair.
A artista era bisneta de Hermann Hering, um dos pioneiros da industrialização no Vale do Itajaí. Possuía um espírito muito humano e simples. Sua mãe preferia que ela fizesse balé e coisas do gênero. Elke não gostava. Já novinha fez seus primeiros desenhos. Pintava sempre.
Um dia, Lorenz Heilmair foi convidado para um jantar na casa dos pais de Elke. Ela ficou empolgada quando soube que ele era pintor, então mostrou seus desenhos. Lorenz ficou tão impressionado que a convidou para ajudá-lo a pintar os vitrais da Igreja Matriz de São Paulo Apóstolo. Elke viu as cores, o trabalho artesanal do cortar, chumbar e queimar o vidro, e ficou totalmente fascinada.
Ao conhecer Lorenz, não sabia Elke que estava mudando seu destino e de toda a arte de Santa Catarina. A artista blumenauense correu o mundo, estudou, mostrou suas habilidades e brilhou. Tornou-se referência dentro e fora do país. Desenhando, esculpindo, pintando, revelou a beleza e a complexidade de sua arte. Partiu em 1994, deixando esculpido na história um legado singular de vida em prol da arte.
Saiba mais
Exposição: peças do acervo de Elke Hering
Quando: até 28 de fevereiro
Onde: Sala Elke Hering, Museu de Arte de Blumenau (Rua XV de Novembro, 161, Centro)
Horário: de terça-feira a domingo, das 10h às 16h
Entrada franca
Assessor de Comunicação: Sérgio Antonello
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