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Pedro Dantas é o homenageado da semana


A Secretaria Municipal de Cultura e Relações Institucionais (SMC) e o Museu de Arte de Blumenau (MAB) prestam homenagem ao Comendador da Cultura, bailarino e escultor Pedro Dantas. O personagem do dia nasceu em 15 de julho de 1941, na cidade de Mirandela, na Bahia, mas escolheu Blumenau como sua "pátria".

Ainda na infância, Dantas aprendeu com os avós, que trabalhavam com argila e madeira, a arte de esculpir, criando as figuras para o presépio de Natal. Enquanto o pai trabalhava nas plantações de milho, ele cantarolava imitando cantores famosos e então começou a perceber seu dom artístico.

Por influência da Tia Joaninha, de quem recebia aulas, passou a admirar as estrelas e toda a órbita espacial, levando esta admiração para a dança, explorando o espaço e desafiando a força da gravidade. Ainda criança, Pedro foi morar em São Paulo, onde a vizinha e que era professora de Balé, lhe mostrou o caminho para a dança. Conviveu com artistas e bailarinos, com os quais descobriu a paixão pela dança, tendo como seu primeiro palco o Teatro Municipal de São Paulo.

Na adolescência, em busca do aperfeiçoamento, foi estudar na Escola de Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Frequentou escolas de grandes mestres da época como: Maria Olenewa, Tatiana Lescowa, Vaslav Velthek, entre outros. O convívio com bailarinos talentosos e experientes como Aldo Lotufo, Bertha Rosanova e Emilio Martins lhe valeram as mais preciosas lições, que o fizeram perceber o valor e talento como bailarino.

Mais tarde decidiu partir para a Europa. Em quase 20 anos que esteve fora do Brasil dançou em mais de 100 países, aprendeu vários idiomas e trabalhou em grandes companhias de balé, como a Companhia de Carla Fracci, na Itália. Também trabalhou na Alemanha e na Grécia.

Durante a jornada como bailarino, quando sofria alguma lesão, aproveitava os períodos de repouso e dedicava-se à reflexão acompanhada pela pintura e escultura. Ao final da década de 1970, retornou ao Brasil tendo como destino Blumenau, onde foi convidado por Ingo Heirng a dirigir a Escola de Balé do Teatro Carlos Gomes. Introduziu novos conceitos e sempre preocupado com a perfeição e a técnica da dança, formou grandes bailarinos. Também ministrou aulas de balé em Joinville, onde juntamente com a artista plástica Albertina Tuma e o professor Carlos Tafur, idealizaram o festival de dança daquela cidade, que em 2005 foi citado no Livro dos Recordes, no capítulo Festivais e Tradições, como o maior do mundo. Pedro Dantas dançou profissionalmente até os 40 anos e se despediu dos palcos aos 58 anos, em uma apresentação no Festival de Dança de Joinville.

As Obras

Sempre muito atento e com poder de observação minucioso, adquiriu perspicácia para desenvolver obras em bronze, resina e outros materiais, perenizando o movimento de virtuosos bailarinos. A primeira escultura que retrata o movimento de bailarinos foi esculpida em Roma, dedicada ao bailarino Rudolf Nureyev, feita em gesso.

Pedro adotou como temática principal das suas obras a paixão dos bailarinos, os passos e figuras sonhadas e a expressão corporal projetada ao espaço. Elas não têm apenas um ponto de observação, podem ser apreciadas de todos os ângulos. As obras conotam a paixão que o artista tinha pela astrologia, sugerindo movimentos a procura do espaço. Em seu trabalho, homenageava bailarinos que fizeram parte de sua vida, imortalizando-os com obras que levam seus nomes.

Pedro eternizou a sua arte com obras espalhadas pelo mundo, dentre elas, as de Carlos Gomes e do Índio Guarani, expostas na praça do Teatro Carlos Gomes em Blumenau. Como reconhecimento ao trabalho, o Estado de Santa Catarina lhe concedeu a Medalha Cruz e Souza, pelo conjunto de sua obra. Em 2017, recebeu a Comenda do Mérito Cultural Rose Gaertner, da prefeitura e então Fundação Cultural de Blumenau, a mais alta honraria concedida ao segmento pelo município.

Faleceu no dia 29 de janeiro de 2019, aos 77 anos. Em 14 de março desse mesmo ano, a Secretaria de Cultura e Relações Institucionais prestou homenagem ao artista, concedendo o seu nome a uma das salas expositivas do MAB, em reconhecimento a trajetória e imensurável legado artístico no cenário catarinense.

Assessor de Comunicação: Sérgio Antonello 

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