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MAB recebe obras do Programa Múltiplos do Veras
Acervo do museu blumenauense foi contemplado com trabalhos de cinco artistas.

O acervo do Museu de Arte de Blumenau (MAB) recebe trabalhos do Programa Múltiplo do Veras, que consiste na formação de um kit composto por quatro obras de autoria de cinco artistas. Coordenada pelo historiador e curador Josué Mattos, a iniciativa tem o objetivo de pedir apoio para a construção do Centro Cultural Veras.  Nesse projeto, o investidor adquire o conjunto de obras e a seu critério pode fazer a doação para museu de todo o Brasil, mapeados por estados.

Uma das investidoras, a artista visual residente em São Paulo Malvina Sammarone, indicou o MAB para recebimento das obras referentes a esse programa. “O MAB ter sido contemplado para receber o kit de obras do programa Múltiplos, dentre o universo de museus, denota a visibilidade e respeito que vem alcançando, não só no Estado de Santa Catarina, mas fora dele também, como foi o caso de ser o primeiro museu fora das grandes capitais a participar da edição do Brasil em Números promovida pelo IBGE; de receber significativas obras doadas pelo Itaú Cultural através de concurso promovido pelo Ibram, entre outras conquistas", lembra a gerente do MAB, Mia Ávila.

A doadora, a artista visual paulistana Malvina Sammarone, expôs no MAB na 2ª Temporada de 2019 – com a mostra colaborativa do coletivo @7, composto pelas artistas Ana Biolchini, Ana Montenegro, Cecilia Walton, Deolinda Aguiar, Erika Malzoni, Malvina Sammarone e Natalie Salazar, que partia do conceito de circularidade para apresentar um percurso de conexão entre os trabalhos escolhidos. A artista esteve presente durante o período de montagem, abertura da exposição e conversa com os artistas.

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Eterno: impressão sobre voil, 50 x 50 cm, Ed. 92 + 10 P.A

Autoria: Albano Afonse e Sandra Cinto

As duas bandeiras sobrepostas que constituem a obra Eterno funcionam como si´ntese de percursos iniciados na de´cada de 1990. Na primeira bandeira a palavra eterno e´ repetida em distintas intensidades, e aparece em um campo de cor pulsante, o que estabelece relac¸a~o intri´nseca entre o heterogêneo e os valores que qualificam experie^ncias e existe^ncias sem comec¸o e fim. Percebida parcialmente, a segunda bandeira solicita contato fi´sico com a obra para que o desenho de paisagens de ondas de mar, caracteri´stico na obra de Sandra Cinto, aparec¸a integralmente. Trata-se de ondas que inscrevem no eterno a fugacidade do instante. Com este singelo desenho a obra inscreve o atemporal na sucessa~o de momentos que na~o conhecem repetic¸a~o idêntica. A obra tambe´m pode ser aproximada do poema Eternidade (1872), de Arthur Rimbaud: De novo me invade / Quem? / A eternidade / E´ o mar que se vai / Com o sol que cai. Albano Afonso e Sandra Cinto vivem e trabalham em Sa~o Paulo

Amor: impressão sobre papel 100% algodão, 30 x 42 cm – Ed. 100 + 3 P.A

Autoria: Ernesto Neto

Derivada de sua exposição O Sagrado é Amor (Galeria Fortes D’ Aloia & Gabriel), a obra representa uma síntese em sua prática tridimensional, ainda que se trate de uma impressão sobre papel. De fato, o risco em meia lua inserido entre a primeira e a última letras da palavra AMOR, faz com que AR esteja entre a contração MO, o que implica considerar a ressignificação do espaço consagrado ao ato de amar. Utilizada em língua portuguesa para indicar a aproximação do objeto direto e indireto (me + o), MO, neste caso, é o encontro do objeto de amor com seu amante, oxigenado pelo AR residente na palavra. A obra também possui consonância com Sopro, sua exposição panorâmica realizada pela Pinacoteca do Estado de São Paulo, a qual recebeu a versão Soplo, montada, em 2019, no Museo de Arte Latino-americano de Buenos Aires. A escultura é prática central na trajetória de Ernesto Neto desde a década de 1980. Nos últimos anos, imersões em culturas ancestrais e ritualísticas fizeram sua obra transitar por outros campos do saber, onde reside o interesse da obra Amor, realizada para a campanha de construção do Centro Cultural Veras. Ernesto Neto vive e trabalha no Rio de Janeiro.

Desleitura: fibra vinílica entrelaçada, 70 x 90 cm, Ed. 90 + 10 P.A

Autoria: Jorge Menna Barreto

Liverdade e´ uma versa~o da se´rie de capachos da série Desleitura. Nesta se´rie o artista insere em capachos neologismos produzidos do encontro de duas palavras. Aproxima a verdade de liberdade, valores que definem o percurso desta empreitada. Jorge Menna Barreto e´ po´s-doutor em artes pela UDESC, vive e trabalha em Maastricht. Atualmente em reside^ncia na Jan Van Eyck Academie, o artista e professor adjunto no Departamento de Linguagens Arti´sticas do Instituto de Artes da UERJ esteve a` frente da proposic¸a~o Restauro, uma das mais instigantes da 32ª Bienal de Sa~o Paulo. O projeto lhe garantiu presenc¸a na pro´xima edic¸a~o da Liverpool Biennial of Contemporary Art e ac¸o~es realizadas na Serpentine Galleries (Londres). Tambe´m colaborou com a dupla Bik Van der Pol na ocasia~o da 31ª Bienal de Sa~o Paulo, com o projeto School of missing Studies

Luminárialuz: luminária com recorte metálico, 17,5 x13,5 x 13,5 cm,  Ed. 92 + 10 P.A

Autoria: Regina Silveira

Luminarialuz, obra produzida para a campanha de construc¸a~o do Centro Cultural Veras, e´ uma de suas si´nteses neste profi´cuo percurso. Ao propor o engajamento do pu´blico convocado a acender e desligar a lumina´ria, a artista gera integrac¸a~o do sujeito com o objeto que evoca aquilo que emite. Luminarialuz inscreve-se em um conjunto de obras com soluc¸o~es formais semelhantes, apresentadas em diferentes pai´ses, com destaque para luz, instalac¸a~o montada na fachada da Fundac¸a~o Ibere^ Camargo (Porto Alegre). Regina Silveira vive e trabalha em Sa~o Paulo. A trajeto´ria dela e´ marcada por um peri´odo de formac¸a~o em pintura com Ibere^ Camargo, seguido de incurso~es na Europa, em 1967, quando a artista comenta ter encontrado um universo poe´tico que a conduziu a experiências efe^meras e a estudos de comportamento visual em espac¸os mu´ltiplos. Desde enta~o, entre suas instalac¸o~es monumentais, colagens, desenhos, esculturas e objetos, muitos sa~o aqueles que interrogam a marca impressa do objeto ausente, com projec¸o~es gra´ficas, superfi´cies reflexivas e uma particular negociac¸a~o de luz e sombra que dialoga tanto com instituic¸o~es de poder quanto com a histo´ria da arte e a linguagem.

Assessor de Comunicação: Sérgio Antonello



postada em 04/06/2021 16:54 - 165 visualizações



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  • Foto: Divulgação / SMC
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