As flores elaboradas em cerâmica pelo Grupo Barbotina transitam pelos jardins que marcam a história de Blumenau. Depois de uma breve permanência no jardim do Mausoléu Dr. Blumenau, as obras de arte estão agora em frente ao busto de Edith Gaertner, entre a Biblioteca Municipal Dr. Fritz Müller e o Museu da Família Colonial. Trata-se de uma homenagem do grupo para as mulheres.
O grupo composto por Beliria Boni, Cema Raizer, Ester Renaux, Maria Goretti Casas, Maristela Silveira, Mia Avila, Mila Cambraia, Pakawon T. Martin e Sueli Freygang reúne-se todas as segundas-feiras na Fundação Cultural de Blumenau para pesquisar e experimentar técnicas e procedimentos em cerâmica. Os resultados desses trabalhos podem ser conferidos na FCB no jardim em frente ao Museu da Família Colonial e no Espaço Alternativo, onde está a exposição Engobes-nove, aberta à visitação até 11 de abril, de terça-feira a domingo, das 10h às 16h. A entrada é franca.
A homenageada Edith Gaertner era uma mulher à frente de seu tempo. Nascida em 22 de março de 1882, era sobrinha-neta do químico e filósofo Hermann Bruno Otto Blumenau, fundador da cidade. Com temperamento independente, aos 20 anos viajou sozinha para Buenos Aires. Seu grande sonho era o teatro e na Argentina conheceu sua musa inspiradora, a atriz Elenora Duse.
Pós-guerra
Edith foi para a Alemanha, onde cursou a Academia de Arte Dramática em Berlim. Percorreu as principais cidades europeias e atuou em renomados palcos de teatro, com peças de Goethe, Schiller, Moliére e Shakespeare. Com a doença dos irmãos solteiros, Edith teve que retornar a Blumenau em 1924 e abandonou a carreira artística.
A atriz voltou à Alemanha somente em 1928 e permaneceu por lá por mais de um ano. Naquela época a Alemanha vivia os efeitos do pós-Primeira Guerra Mundial. Quando retornou ao Brasil, modificou radicalmente seus hábitos e estilo de vida. Do constante e assíduo contato com o público, preferiu refugiar-se no silêncio de sua propriedade, entre livros, animais e o verde do parque nos fundos da casa e foi assim até o final de sua vida. Após o falecimento de Dona Edith, em 1967, sua casa construída em 1864 e o parque localizado nos fundos foram doados ao município.
Assessor de Comunicação: Sérgio Antonello
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