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Nilva Rossi apresenta sua coleção Mutatis

As obras da artista paranaense Nilva Ana Rossi Cardoso estão entre as atrações da 1ª Temporada de Exposições do Museu de Arte de Blumenau (MAB), que abre ao público nesta quinta-feira, dia 3 de março, às 20h, logo após a conversa com os artistas. O evento de estreia também reúne obras de Clara Fernandes, Maria Selenir (Sela) e Tadeu Bittencourt. A programação festiva de abertura terá declamação de poemas e música. A entrada franca, assim como as visitas que podem ser feitas até 17 de abril.
                   Para o mestre em Filosofia e especialista em História da Arte, João Coviello, as obras de Nilva Rossi pedem uma contemplação atenta e silenciosa. “Essa contemplação é necessária para a completa fruição de detalhes que a artista, consciente ou inconscientemente, nos apresenta”, diz ele. “Dessa forma, é possível perceber várias camadas de matéria que a artista aplicou sobre as telas. Assim, ela nos apresenta primeiramente um processo, palavra que usamos no sentido de ação, sequência ou método. Nessa sequência de operações artísticas, percebemos camadas de crayon, grafite, tinta, giz para quadro negro, carvão etc.”
                  O trabalho de Nilva enfatiza a possibilidade da arte como experiência contínua com vários suportes e materiais. “No processo de criação, a água e o acaso possuem papeis fundamentais. Desse modo, em seu trabalho, a água é preponderante e tem um duplo objetivo: artístico e simbólico”, comenta Coviello. “Ao misturar-se com outros materiais, como o carvão, por exemplo, faz surgir imagens que provocam surpresas dignas de atenção. A quantidade de água, controlada ou aleatória, faz aflorar as imagens. Daí o acaso.”
                            A água ainda permite à artista pesquisar a consistência dos materiais. Quando ela seca, as marcas transparentes possibilitam a percepção das inúmeras camadas trabalhadas pela artista. “Assim, a água é o amálgama que permite à artista juntar todos os elementos simbólicos que surgem aos nossos olhos”, observa Coviello.
                           O trabalho de Nilva é surpreendentemente catártico e lúdico, ao mesmo tempo.  Para além de todos estes aspectos analisados, nem tudo está limitado à quantidade de matéria que se estende sobre as telas, nem à sobreposição quase infinita dessa mesma matéria. “Nilva Rossi deixa, propositadamente, partes em branco, como aberturas ou portas. Esta metáfora é ainda mais potente, pois nos remete a espaços livres, desprotegidos, desnudos. A artista talvez queira mostrar que sua obra é uma obra aberta, que nos convida a entrar.”
A professora aposentada de Educação Física Nilva Rossi é natural de Assai, Norte do Paraná. Em 2002, iniciou curso de desenho básico, Linguagem Visual e Cerâmica na Universidade Estadual de Maringá. Atualmente mora e trabalha em Curitiba (PR).

Saiba mais

Abertura da 1ª Temporada de Exposições no MAB
Quando: 3 de março, quinta-feira

Horários: 

19h: conversa com os artistas
20h: abertura da 1ª Temporada de Exposições do MAB, declamações de poesias pelos representantes da Sociedade Escritores Blumenau, apresentação musical e a exposição "Engobes-nove", do Grupo Barbotina
Lançamento de livros: Arte na Escola, de autoria de Maria Teresinha Heimann, e Atitudes Pessoais de Cura, de autoria de Luiz Azevedo

Visitação: até 17 de abril. De terça-feira a domingo, das 10h às 16h
Visitas mediadas: podem ser marcadas pelo telefone 3381-6176
Entrada franca

Assessor de Comunicação: Sérgio Antonello 


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