A exposição Mitoplasma consiste em um conjunto de trabalhos bidimensionais, por meio dos quais Borges explora diferentes técnicas e materiais na produção de pinturas, as quais foram concebidas ao longo de 10 anos (2008-2018) de forma paralela às suas ilustrações. São resultantes de conflitos entre o eu ilustrador e o eu artista, e marcam as lutas vencidas pelo artista, que hoje está falando mais alto em sua poética.
Para Alena Marmo, curadora da exposição, a construção desses trabalhos é fruto da subversão de seu banco mental imagético. “Formado ao longo da vida, é dele que Borges resgata, reorganiza e recontextualiza elementos diversos, na criação de entidades atuantes em cenas que, internamente, fazem todo o sentido, embora aos olhos não façam sentido algum. E não precisam”, comenta Alena.
Rogério Borges é filho de artista, pai pintor e mãe bastante lúdica. Desde cedo desenhar era sua brincadeira favorita. Via o pai fazendo a arte dele até altas horas e aquilo o intrigava. Depois via o resultado no dia seguinte, nas paredes de sua casa, nas paredes de galerias e museus. “Cresci respirando tudo isso e o desenho para mim foi uma espécie de respiração. É até hoje, oxigênio com forma”, diz ele. “Na biblioteca do meu pai encontrei três tipos principais de informação visual: os livros dos grandes pintores, os livros dos grandes ilustradores e as grandes histórias em quadrinhos, porque ele também amava o desenho e era bastante seletivo. Assisti muitas conversas sobre arte entre os amigos artistas reunidos. Tudo isso foi escola e eu cresci assim.”
Depois de desenhar muito em casa, Rogério Borges foi para São Paulo cursar comunicação visual na FAAP e começou a trabalhar com editoras, ilustrando para revistas e livros na Abril, Globo, Moderna, Companhia das Letras, Global e outras. “Nesse universo editorial e literário de laudas, textos, edições de arte, autores e publicações nasceu em mim uma sede forte de expressar algo não encomendado, muito íntimo e absolutamente livre na expressão”, observa. “Comecei a pintar nos anos 1980 e esse material exposto é uma seleção recente de obras que produzi nos últimos dez anos, a partir de trabalhos de autoconhecimento com ioga, meditação, terapia Junguiana e psicanálise conjuntamente com pesquisas e conhecimento de diversos materiais e de um aprofundamento no mundo digital. Ao meio em que nasci e a todas essas práticas eu devo a minha sanidade, e a auto licença para uma saudável insanidade”, conclui.
Homenagens
A artista plástica Elke Hering será homenageada na abertura da 1ª Temporada de Exposições. Na sala que leva o seu nome, estarão expostas obras deste ícone catarinense que enriquecem o acervo do museu. A noite de abertura contará com o lançamento do livro "Elke Hering: crítica, circuito e poética", de autoria de Daiana Schvartz. A publicação reúne a produção da artista blumenauense com ênfase nas décadas de 1960 e 1970. A homenageada da noite nos deixou em 19 de fevereiro de 1994.
Em noite de homenagens, a sala Especial do MAB receberá o nome do Comendador da Cultural, bailarino e escultor Pedro Dantas, importante personagem da arte e cultura de Blumenau, falecido em 29 de janeiro aos 77 anos.
Saiba mais
Abertura da 1ª Temporada de Exposições no MAB
Data: 14 de março, quinta-feira
19h: conversa com os artistas expositores
20h: abertura da temporada, lançamento de livros e apresentação musical
Visitas: até 5 de maio, de terça-feira a domingo, das 10h às 16h
Visitas mediadas: marque pelo telefone 3381-6176
Classificação indicativa: Livre
Entrada franca
Assessor de Comunicação: Sérgio Antonello
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